quarta-feira, agosto 09, 2017

Energia limpa: também regredimos.

Confesso que como anda o Brasil, não sei aonde vamos parar. E olhem que não se trata de uma visão alarmista, apenas de um olhar apurado sobre o que nos chega de informação. No setor de energia, que estamos mais envolvidos, a energia solar e a de pequenas centrais hidrelétricas, ambas sustentáveis e limpas, ficaram de fora do próximo leilão. As regras publicadas na última segunda-feira, confirmam o retrocesso do atual governo nesse segmento.

O pior de tudo são as novas regras que estão sendo estudadas pelo Ministério de Minas e Energia. Atingem diretamente a parte do setor elétrico já em operação. A proposta apresentada pelo MME, por meio da Nota Técnica nº 05/2017 não se trata de um "aprimoramento do marco legal do setor elétrico brasileiro", como descrito na referida NT. Trata-se de uma alteração profunda no modelo do setor elétrico brasileiro.

Especialistas que estão estudando a Nota Técnica, já deram o recado: "aumento no custo da energia; risco real de déficit; quebra na estabilidade regulatória e legal". 

O assunto está sendo tratado de forma reservada pelo governo, o que preocupa ainda mais as reais intenções de seus formuladores. Já tinha comentado no blog minhas preocupações sobre o novo plano para a privatização das estatais do setor. Até porque, sempre que há uma venda: tem comprador e vendedor. No momento que atravessamos, depois de tudo que vivenciamos, o risco de malas de dinheiro serem carregadas nas noites de São Paulo é muito grande.

PS- Como estamos falando de algumas dezenas de bilhões de reais, todo o cuidado é pouco. Final de governo, qualquer descuido pode gerar um prejuízo irrecuperável para a nação. Ainda mais, quando o assunto é técnico e complexo. Um prato cheio para os espertos de plantão.

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