sexta-feira, agosto 18, 2017

SC 401: a gente bebe, a gente corre, a gente morre


Durante a semana recebi um desabafo do médico e amigo Ricardo Baratieri. Indignado com o que está se passando na SC 401, onde jovens bebem, correm e morrem. Assim como a maioria de nós, Baratieri se pergunta:

" Até quando a cidade de Florianópolis vai permitir que a SC 401 continue matando? O que está por trás da omissão da Polícia Militar, responsável por fiscalizar a rodovia e fazer valer a Lei Seca ? Quais medidas o Poder Público Municipal já tomou em relação ao funcionamento dos Clubes Noturnos no norte da Ilha? Além do álcool, que relações obscuras e outros interesses podem estar matando nossos jovens? E o pior é que ninguém faz nada. Quanto muito rezam para que a vitima não  seja parente, nem conhecido. Precisamos reagir! Chega de mortos!" Ricardo Baratieri.

Uma das nossas estradas mais mal cuidadas é a SC-401. Um projeto que foi desvirtuado na origem, sem que o previsto na licitação (vias marginais, ciclovias, iluminação e acostamento) fosse implantado. Agora, a estrada mutilada é uma ameaça às dezenas de milhares de pessoas que por ali trafegam. Pelo movimento que tem, pela falta de uma fiscalização mais rigorosa e pela precariedade da estrada, as mortes que ali (o)correm são mortes anunciadas.
Os acidentes mais graves são quase sempre de madrugada envolvendo jovens, álcool e velocidade. A Lei 11.705, de 2008, conhecida por Lei Seca, ali não se aplica. Na saída das baladas, vale tudo. Até matar, ou morrer.
O coronel Paulo Henrique Hemm, comandante-geral da PM, também considera inaceitável o número de mortes na SC-401. A Polícia Militar de Santa Catarina é a responsável por fiscalizar a rodovia. Aplicar a lei, prender quem dirige embriagado pondo em risco a sua vida e de outros, é responsabilidade e atribuição da PM. Com todo o respeito, para que novas mortes não aconteçam,  cabe ao coronel Paulo Henrique determinar uma fiscalização mais presente na SC-401.
O final de semana está chegando, o risco de novos acidentes também. Quem sabe a Polícia Militar não dá uma incerta e ocupa a abandonada Praça do Pedágio na SC 401,  para uma blitz da Lei Seca.  Por ali passam todos, se der certo: a base para fiscalização continuada na rodovia está pronta. Basta querer. O que não dá é para não fazer nada: esperando a próxima morte chegar.

A cidade agradece, as famílias também!   

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Mauro! Tenho por hábito há muitos anos nunca andar de moto na SC 401 depois que anoitece, justamente por ser local onde a probabilidade de ser atropelada por um bebado ou alguém fazendo racha é muito alta. Mesmo de carro ainda passo com o coração na mão, porque o que se vê é uma barbaridade. Espero que realmente se faça algo.

Anônimo disse...

Não há fiscalização na saída de baladas, por um simples fato: a Polícia tem medo dos filhinhos de papai que vão ser parados e ouvir: "sabes com quem estás falando?". Pior, no dia seguinte o policial ainda vai ser denunciado por estar fazendo seu trabalho. Muito pior: pode ser preso, por estar cumprindo sua tarefa. Algum atropelador, bêbado, drogado, foi punido?? Quando falo punido não é ser preso. Ele tem que passar o resto da vida sem poder dirigir, indenizar as vítimas, as famílias das vítimas, etc etc. Mas nossas leis são feitas por quem? Por quem já está prevendo que alguém de sua família poderá ser o responsável por alguma desgraça dessas e não quer que a lei tenha nenhuma "brecha" que possa ser usada para condenar seu protegido.

Anônimo disse...

Não basta só essa ideia de policiar e punir, isentando do debate a responsabilidade das multinacionais do petróleo e do automóvel, as máfias do Detran, a publicidade que incentiva o sujeito a enxergar no automóvel um símbolo de status e poder. Muito mais do que policiamento ou fiscalização em porta de balada, cabe a prefeitura municipal e todas as esferas de governo criar taxas e impostos que tirem o incentivo para que alguns escolham utilizar o meio de transporte individual e com o dinheiro arrecadado fomentar um sistema de transporte público, coletivo, gratuito e universal. Seu artigo não vai às causas profundas do problema e é condescendente com os principais responsáveis. Suspeito que o autor seja proprietário e utilize um veículo automotor com motor à combustão.

Anônimo disse...

Sem votos em senhores Jaguaras! é uma casta em todas partes do governo, os 3 poderes