terça-feira, setembro 19, 2017

Os dias eram assim: da mini série a vida real

Por coincidência a mini série da Globo "Os dias eram assim" se encerrou no dia em que tomou posse a nova Procuradora Geral da República, Raquel Dodge.

Por coincidência, um dia de vários recados. Tanto na mini série, como na vida real.

Em relação a mini série "Os dias eram assim":

- O delegado Amaral, na mini série é um torturador. No final, se elege deputado federal;
- Nas ruas os jovens se encontravam para lutar por liberdade, justiça e um país melhor;
- Os festivais de música eram espaço para novos talentos e local de grandes protestos;
- Nas grandes empreiteiras, como agora, a corrupção corria solta;
- Vitor, empresário da mini série, o "mauricinho de hoje", só pensava em ir para Miami;
- Aos inimigos do poder: a tortura. Não só a psicológica. Abrir a boca, nem pensar: era "dedo duro";
- Aos amigos do Poder: todas as benesses possíveis;
- A imprensa noticiava o que convinha ao Poder. A censura estava presente em todos os setores;
- A Justiça não era cega. Só enxergava um lado: o que interessava ao regime;
- O Congresso só servia para legitimar atos do presidente de plantão, sem voto e impopular.

Quanto aos dias são assim, a vida real (*):

- Dodge assume a Procuradoria sem citar a Lava Jato;
- Dodge sentou-se na mesa das autoridades ao lado de Temer;
- Na mesa das autoridades, Dodge e a ministra Carmem Lúcia eram as únicas que não são alvo de investigação. Os demais: Eunício Oliveira, presidente do Senado, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e Michel Temer figuram em inquéritos da Lava Jato;
- A corrupção corre solta. Muita gente presa. O que não falta é delator querendo encurtar a pena;
- Saiu no "The Guardian": Delatores e investigados na Lava Jato compram imóveis em Portugal;
- O general Mourão discursou num encontro de maçons, admitindo a volta dos militares;
- Um juiz em Jundiaí (SP), um delegado em Campo Grande (MS) e um banco em Porto Alegre (RS), como nos tempos da mini série, simplesmente desconheceram que a liberdade de expressão é um direito da cidadania. Censuraram as atividades que consideraram impróprias......;
- Justiça concede liminar  a favor de "cura gay", um retrocesso e uma violação aos direitos humanos.

(*) As observações acima foram selecionadas dos jornais de hoje. Se olharmos com atenção, o   que nos movia no passado era a luta pela cidadania plena: democracia, fim do arbítrio, justiça e igualdade social.  Agora, dá pena. O que se vê é um desastre: na gestão, na política e na economia. O desrespeito com os recursos públicos, com a cidadania e o meio ambiente. Regredimos!

PS- No Rock in Rio: o que uniu as diferentes tribos foi "FORA TEMER". Como faziam na ditadura, minimizaram o ocorrido. Mas isso pouco importa. O que vale é o compromisso de se construir um Brasil melhor. Só não vê o fim desse governo, seus cúmplices. Felizmente são muito poucos. Na pesquisa publicada hoje, Temer aparece em último lugar: com cerca de 1% das intenções de voto. Ninguém merece, a pior avaliação que um presidente já teve.  


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