quinta-feira, outubro 12, 2017

De olho no fututo: dia 12, Dia das Crianças

No Brasil sem rumo, com os Poderes da República batendo cabeça e nos decepcionando dia após dia, nada como um feriado chuvoso para carregar as baterias. Foi o que fiz. Até para escolher o tema do comentário me deixei levar pela data: 12 de outubro é o Dia da Criança. Afinal, nada depende tanto das crianças como o futuro do Brasil. O que está disponível, só nos envergonha: deu!

Maria Luiza Nunes, tem 11anos. Mora em São Paulo e estuda numa escola pública da zona norte. Entrevistada pela Folha deu seu recado: "Meu sonho é ver a rua limpa e o país também". Caio Gomes, tem a mesma idade. Aluno de uma escola municipal, mora na zona leste: "Se alargar mais as ruas, construir mais viadutos, isso vai gerar mais carros ainda". João Vana, também tem 11 anos. Estuda numa escola particular da zona sul: "O meio ambiente é uma torre de cartas, tira uma e cai tudo." E nos conforta ainda mais ao declarar que carros elétricos são uma opção para diminuir a poluição urbana.

Por mais que a rede básica de ensino seja deficitária, nos alimenta de esperança o depoimento dessas crianças. A leitura que fazem da realidade que vivem é precisa. Sem se deter aos fatos, identificam nas suas preocupações: as cidades mal cuidadas, a sujeira na política, a falta de um planejamento urbano mais inteligente e de uma atenção maior com o meio ambiente.

Se traçarmos um paralelo das manifestações dessas crianças com a curta semana em Brasília, onde os Poderes da República voltam a mostrar quais os interesses que defendem, só nos resta torcer pelo futuro das nossas crianças. Caberá a elas encontrar o bom caminho. (*)

(*) No Poder Legislativo, um deputado com 40 anos de mandato não encontrou nada que justificasse a apuração da denúncia contra Temer. No Poder Judiciário, a votação no Supremo Tribunal Federal para decidir se cabe ao Congresso dar o aval para afastar parlamentares: foi um espanto, todos perderam. Só quem ganhou uma sobrevida foi o Aécio. No Executivo, onde as contas não fecham, depois do que fizeram com o Refis querem agora compensar o estrago aumentando a alíquota PIS/Cofins.

PS- Perguntar não ofende: o resultado do STF seria o mesmo se o nome de Aécio fosse Silva e não Neves?



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