terça-feira, dezembro 12, 2017

A violência está solta, e a sociedade é refém

A violência está solta: no trânsito, nas ruas, dentro  dos presídios, nas escolas, contra as mulheres, em grandes e pequenas cidades. De repente, sem perceber, a sociedade virou refém da violência. Muito mais pela observação do que por formação, a sensação é de que estamos perdendo de 7x1 o enfrentamento com essa preocupante realidade.

Ao contrário do que muitos acham, não atribuo ao Estado a responsabilidade única dessa situação. A criminalidade cresce por várias razões, inclusive pela ausência do Estado. Acredito também que a falta de oportunidade, as desigualdades sociais, a impunidade, a baixa escolaridade, a desatenção com valores básicos da cidadania, ajudam a formar esse caldo facilitador da violência.

A novidade, se é que pode ser assim chamada, é que a violência se alastrou. O que antes era um problema da periferia dos grandes centros urbanos, agora chegou nos bairros e  nas ruas de qualquer cidade brasileira. Lamentavelmente, a violência se banalizou e já faz parte do dia a dia das pessoas.

Aqui em Florianópolis, no final de semana, cinco pessoas foram assassinadas. O ano vai fechar com o dobro de homicídios do que os registrados no ano passado. Em 2016 foram 73. Em 2017, até o momento,  138 homicídios.  A pacata cidade, que conheci e me apaixonei no verão de 1973, não é mais a mesma. Ainda me recordo o impacto que causou na sociedade, o assassinato de uma jovem no inicio dos anos 80. O crime ocorreu no norte da ilha e foi capa de todos jornais. 

Os anos se passaram e a criminalidade foi se estabelecendo. O resultado está aí, diante dos nossos olhos: um final de semana com cinco homicídios. E o que é pior, sem o devido destaque, como se matar fosse uma banalidade. O Diário Catarinense, por exemplo, se limitou a uma pequena chamada na Capa (foto abaixo). Enquanto isso, a violência continua solta. 

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