quarta-feira, fevereiro 14, 2018

O Carnaval passou, mas a "Fake news" ficou

Carnaval agora, só daqui um ano. Já as notícias falsas estão soltas por aí, espalhadas nas redes sociais, confundindo muita gente. Em 2018, ano de eleição, vai ser um salve-se quem puder. O desconhecido, por ser desconhecido, gera uma insegurança muito grande. Ainda mais sabendo que basta um clique, para milhões de pessoas multiplicarem uma notícia: que pode ser falsa. Muitas vezes por maldade, interesse comercial, jogo politico, constrangimento público ou por ser alguém sem noção. O que antes era um fato sem muita consequência, pelo pouco alcance que tinha, agora está disponível para uma multidão. Só no Brasil são mais de 100 milhões de pessoas. Uma arma.

Nos EUA, todos sabem e reconhecem o papel que teve a "Fake news" no último resultado eleitoral. O próprio Bush, duas vezes presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, o mesmo de Trump, em recente entrevista, afirmou: "Há evidências claras da interferência russa na eleição de 2016". E foi além: "Nossa democracia só pode ser boa se as pessoas confiarem nos resultados". O que acabo de escrever foi uma declaração dada por Bush em Abu Dhabi, publicada na FSP, do dia 9. Uma declaração bombástica, já que Trump está sendo  investigado pelo FBI e corre o risco de passar por um processo de impeachment. No entanto, bem que poderia ser uma "Fake news" plantada nas redes sociais por qualquer um.

Só na semana passada, sem entrar no mérito se são verdadeiras ou não, foi possível identificar dezenas de notícias  que causaram grande embaraço as personagens envolvidas. Coisas do tipo: FHC apoia Huck e deixa Alckmin na estrada; Bolsonaro ameaça acabar com a Rocinha;  Gilmar Mendes faz criticas públicas à atitude da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia; investigação contra Jucá leva 14 anos. Só nas mãos de Gilmar Mendes ficou cinco anos. O inquérito foi arquivado na semana passada; o jatinho do Huck custou 17 milhões, foi financiado pelo BNDES; o salário mínimo subiu R$17,00. Sessenta centavos por dia. Trinta centavos de manhã e trinta centavos à tarde. De noite, como o trabalhador está descansando, não ganha nada(*); o preço do petróleo no mercado internacional caiu 10%, e aqui a gasolina não para de subir; Moro defende o auxílio-moradia como forma de compensar o reajuste salarial; Moro, segundo as redes sociais, mora num apartamento próprio em Curitiba com mais de 250 metros quadrados.

(*) O salário mínimo de 2018, teve o menor reajuste dos últimos 24 anos: R$17,00. A informação é verdadeira. A observação que fiz  sobre o que representa no bolso do trabalhador, também.

PS - É muita informação. Não dá para acompanhar tudo que nos chega. Muito menos saber se o que recebemos é verdade ou mentira.  Depois do Carnaval, quem vai para a rua são os políticos atrás de voto. As redes sociais vão ser tomadas por notícias que geram desconfiança. Não há o que fazer. Da minha parte, como não consigo me programar para um ano sabático, vou aproveitar o resto da semana para fazer "dias de reflexão". Quero distância do noticiário inconsequente e sem conteúdo algum. Precisamos nos preparar mais para entender melhor os desafios que estão a caminho. Que aliás, não são poucos e muito menos pequenos. Volto na semana que vem.

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