terça-feira, abril 17, 2018

Sem os EUA, começam os Diálogos de Berlim




Estranho mundo esse nosso, Na mesma semana que os EUA e seus aliados europeus bombardeiam a Síria; em Berlim, como se nada tivesse acontecido, mais de 100 países participam do 4° Diálogos de Berlim. Um mega evento com mais 1000 inscritos, se propõe a dialogar sobre o futuro. Um futuro sem guerra, imagino eu.  Embora ninguém tenha dito, só faz sentido falar de mobilidade, energia renovável e sustentabilidade para as próximas décadas - num mundo sem bombas.  A programação em forma de diálogo, bem anterior aos desatinos de Trump, como o próprio nome sugere, permitiu uma maior interação com o público interno e externo ao evento (*). 

Nesse primeiro dia, o que mais chamou minha atenção foram os números apresentados por Leif Jakobsson, secretário de finanças da Suécia. Segundo ele, dois índices que são monitorados desde 1990, comprovam que é possível crescer sem poluir. A Suécia, nos últimos 20 anos, cresceu o GDP em 75%, enquanto o índice GHG caiu 25%. O primeiro índice mede desenvolvimento e o segundo índice as emissões de CO². O excelente resultado, segundo o secretário, se deve a uma politica industrial de longo prazo focada na eficiência energética - fazer mais com menos energia. Menos energia, menos poluição. Outro setor priorizado pelo governo foi o do transporte público. Para reduzir a emissão de CO², só tirando carros da rua. Para tirar os carros da rua, só oferecendo um transporte público de qualidade. (**)

(*) Durante todo o evento, perguntas chegavam pela internet e as dúvidas esclarecidas. Os painéis eram moderados por pessoas que dominavam o tema, permitindo que os diálogos fluíssem.

(**)  A Suécia é exemplo de mobilidade urbana sustentável. Não é por acaso que os primeiros ônibus elétricos estão lá.

PS- Pela manhã, na entrada das delegações, um forte aparato policial inibia que manifestantes do Greenpeace protestassem sobre a ameaça de um possível retrocesso às metas previstas no Acordo de Paris. Sem a presença oficial dos EUA no evento, nada de protesto sobre os recentes bombardeios. 

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