sexta-feira, abril 13, 2018

Estava escrito, por Janio de Freitas

Como tudo na vida, não há consenso sobre o que Janio de Freitas escreve. No entanto, sobre as suas qualidades como  jornalista todos reconhecem: tem faro e informação como poucos. Seu último artigo, "Estava escrito", FSP (8/4), inicia exatamente assim: "A PRESSA do juiz Sergio Moro em formalizar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai além de sugerir as urgências de um anseio pessoal. Dá reconhecimento factual às já distantes percepções do que seria, e se consuma, o roteiro judicial e político da Lava Jato".

 Até aí, tudo bem. Muitos já abordaram esse assunto com boas fundamentações. O que me chamou a atenção foi a pista deixada por Janio no segundo parágrafo. Para quem tem informação e faro, não foi por acaso que ele incluiu dona Marisa Letícia no texto: "Sergio Moro sabe, Deltan Dallagnol e seus companheiros de Lava Jato sabem, a Polícia Federal e os ministros do Supremo Tribunal Federal  sabem o que foram o papel de Marisa Letícia e o não papel de Lula da Silva nos assuntos do sítio e do apartamento".  

Em dado momento, Janio deixa uma outra pista quando relata: "Na Lava Jato, a única beleza está no silêncio com que, em seus depoimentos e no processo todo, Lula preservou a pessoa e depois a memória de Marisa Letícia, vitima da própria ingenuidade." 

Por que razão, Janio afirma que dona Marisa foi vitima da própria ingenuidade? Estava  se referindo as tratativas de Leo Pinheiro com dona Marisa em relação ao apartamento de Guarujá? Janio, quando comenta  o silêncio de Lula para preservar sua companheira, mesmo sem citar o delator Leo Pinheiro, põe o dedo na ferida do projeto Lava Jato. 

Como bom jornalista que é, Janio sabe a importância de encontrar e divulgar pistas. Estava escrito: "Todos os envolvidos na Lava Jato, juízes, procuradores, ministros do STF, Polícia Federal, sabem qual foi o papel de dona Marisa e o não-papel de Lula". E agora...

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